Automutilação na adolescência, saiba como identificar e ajudar!

A automutilação na adolescência é um problema grave, que dificilmente vem à tona. Ela pode ser considerada um pedido de socorro para evitar o estopim do suicídio.

A adolescência pode ser o momento mais complicado da vida de uma pessoa. Alguns dos desafios enfrentados nesta fase da vida incluem as mudanças nos relacionamentos, mais trabalho na escola e mudanças no corpo.

Às vezes pode ser muito difícil lidar com os sentimentos originados nessas mudanças. Alguns adolescentes têm mais dificuldade para controlar seus sentimentos e acabam procurando atividades prejudiciais como beber e usar drogas ou, então, recorrem à automutilação, também conhecida como cutting (cortar, em inglês).

Neste artigo explicaremos o que é a automutilação, a razão pela qual adolescentes fazem isso e o que os pais podem fazer para ajudar seus filhos.

O que é a automutilação?

Automutilação é o ato intencional de infligir dor física ao corpo. Esta lesão pode incluir qualquer coisa, como cortar, queimar, golpear, morder ou outras diversas formas. Isso é feito a ponto de danificar os tecidos moles.

Uma forma comum de lesão corporal é o corte (cutting). O corte é o ato de ferir propositalmente o corpo com um objeto pontiagudo, rasgando a pele e fazendo-a sangrar. Apesar de alguns adultos recorrerem ao cutting como uma forma de automutilação, este tipo de ação prevalece em adolescentes.

Quando um adolescente se corta, normalmente faz isso nos braços, pulsos, pernas ou região do abdome. As feridas acabarão por cicatrizar, deixando cicatrizes.

Muitos dos que provocam danos em si mesmo ou se envolvem em ações de cutting mantêm suas cicatrizes e cortes ocultos. Alguns podem viver com cicatrizes sem que ninguém saiba que o ato foi cometido.

Além de se cortar, os adolescentes também podem participar de outros comportamentos de auto-agressão. Um exemplo bem popular é a marcação. Adolescentes podem usar o final de um cigarro ou fósforo aceso para queimar a própria pele.

Formas mais sutis de auto-agressão incluem outros atos como morder ou arrancar a pele. Há adolescentes quem arrancam o próprio cabelo, por exemplo. Todos esses atos, quando destinados a causar dano em si mesmo, são considerados automutilação.

Por que adolescentes se automutilam?

Apenas o adolescente sabe o real motivo pelo qual ele está se cortando. Mas sabemos que um dos principais gatilhos do comportamento de auto-agressão é o estresse.

O estresse pode fazer com que os indivíduos fiquem ansiosos , agitados, nervosos, tristes, frustrados, zangados ou mesmo podem gerar ambição.

Nos adolescentes, o estresse pode ser sobre coisas que aconteceram. Ir mal em uma prova ou ter um amigo ferido em um acidente de carro. Outras vezes, o estresse está relacionado às coisas no futuro: que faculdade querem fazer? Conseguirão passar no vestibular? Seus pais ficarão chateados com suas notas?

Os jovens muitas vezes relatam que se machucam para tentar controlar uma dor emocional intensa. Muitos se sentem oprimidos por sentimentos, pensamentos ou lembranças difíceis. Para alguns, pode parecer que não há outra maneira de lidar com o que está acontecendo ou de expressar o que estão sentindo.

Algumas pessoas são mais propensas a se machucar do que outras. Isso inclui pessoas que sofreram abuso emocional, físico ou sexual e pessoas que estão passando por um desafio de saúde mental, como a depressão.

A automutilação pode eliminar a tensão e outras emoções negativas de uma forma rápida. Mas, assim como as drogas, esse “alívio” é apenas temporário. A automutilação atende às necessidades emocionais dos adolescentes, mas atende mal.

Normalmente, a automutilação em jovens é desencadeada por um acúmulo de eventos de vida negativos e estressantes – não apenas um incidente.

Principais motivos que levam à automutilação

Abaixo você você tem uma lista de principais razões que levam um jovem a se automutilar:

  • culpa e vergonha
  • troca da dor emocional pela dor física
  • raiva
  • exibicionismo

Além destes motivos, que são os mais comuns, há diversos outros:

  • gesto pré-suicídio
  • aceitação de amigos que também se automutilam
  • ter mais atenção (chamar atenção)
  • sentir se ele é mesmo real
  • impulso
  • forma de implorar por ajuda
  • prazer sexual
  • vício no ímpeto de se auto-agredir
  • arte (para alguns o sangue é lindo)
  • uma forma de culto religioso para expiar a culpa
  • para punir a si mesmo ou a seus entes queridos

Sinais de que um adolescente se automutila

É importante para você, como pai ou mãe, identificar os sinais e sintomas de auto-agressão. Como este comportamento do adolescente muitas vezes é cuidadosamente escondido, o reconhecimento desses sintomas será essencial para obter um tratamento eficaz para o adolescente.

Alguns sinais de que seu filho adolescente pode estar ferindo intencionalmente incluem:

  • Cortes frescos, arranhões, contusões ou outras feridas
  • Cicatrizes (particularmente nos pulsos, braços, coxas, pernas, tornozelos ou abdome – qualquer área que possa ser coberta por roupas)
  • Vestir mangas compridas ou calças compridas, mesmo em clima quente
  • Perguntas persistentes sobre sua identidade: “Quem sou eu?” “Por que estou aqui?”
  • Manter objetos pontiagudos na mão
  • Dificuldades nas relações interpessoais
  • Declarações de desamparo, desesperança ou inutilidade
  • Instabilidade de comportamento, impulsividade e imprevisibilidade
  • Instabilidade emocional, volatilidade

Seu filho corre risco de começar a se automutilar?

Esta é uma pergunta muito importante, pois os pais normalmente acreditam que isso não irá acontecer com seus filhos. Porém qualquer adolescente pode estar em risco.

Uma série de fatores pode aumentar o risco do adolescente se automutilar ou se envolver em comportamentos auto-agressivos. Entre eles estão os seguintes:

Idade

A automutilação geralmente começa nos anos voláteis do início da adolescência. Neste momento, seu filho adolescente enfrentará uma pressão crescente dos colegas, mudanças nas emoções, sentimentos de solidão, questões de auto-identidade e conflitos com os pais ou figuras de autoridade.

Uso de drogas ou álcool

Alguns indivíduos que se machucam estão freqüentemente sob a influência de drogas ou álcool . Isto é particularmente perigoso, pois nem sempre estão conscientes da extensão ou das conseqüências de suas ações.

Problemas de saúde mental

Os auto-agressores frequentemente são altamente autocríticos ou podem ter dificuldades em resolver seus problemas.

A automutilação também está associada a transtornos mentais, como transtorno de personalidade borderline, depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático ou transtornos alimentares.

Problemas da vida

Algumas pessoas que se automutilam foram negligenciadas ou abusadas quando crianças. Podem, por isso, questionar seu próprio valor.

Há os que experimentaram eventos traumáticos. Alguns podem estar em um ambiente familiar instável ou se sentirem socialmente isolados.

Pressão dos colegas

Acredite ou não, a automutilação pode ser resultado da pressão dos colegas. Se houver um amigo que recorre à automutilação como mecanismo de enfrentamento, a probabilidade que seu filho também faça o mesmo é grande.

Como ajudar um adolescente que se automutila

Primeiramente, uma boa notícia: a automutilação é um comportamento que geralmente melhora a longo prazo.

Claro que a primeira reação é um certo tipo de desespero, pois não imaginamos como podemos ajudar pessoas que se cortam. Não conseguimos compreender o motivo de fazerem isso.

Então, comece sendo o mais aberto possível com a pessoa. Tente fazê-la sentir-se segura para falar sobre seus sentimentos. Permaneça calmo, eles podem estar se sentindo envergonhados com o que fizeram e talvez se preocupem com os seus julgamentos.

Não tente fazer ultimatos ou forçar a pessoa a parar – isso só vai piorar as coisas.

Pergunte diretamente ao adolescente se ele está pensando em suicídio. Se você achar que sim, busque ajuda de um profissional da saúde com urgência.

Resumindo, a melhor abordagem para ajudar é escutá-los, dar apoio e incentivá-los a aceitarem ajuda de um terapeuta. Quando a dor emocional recebe a atenção de que necessita e os adolescentes são apoiados no desenvolvimento de formas mais saudáveis ​​de lidar com os desafios emocionais, eles melhoram e o corte pára.

Conclusão

Se você tem um filho adolescente que recorre à automutilação, não entre em pânico. Busque a orientação de um profissional!

Muitas vezes os filhos contam para o pai de algum colega que é adepto desta prática. Neste caso é importante que os pais deste adolescente seja comunicado, de forma discreta.

Este assunto é muito sério. Lembre-se, quem recorre à automutilação nem sempre dá sinais claros! Por isso é importante compartilhar este artigo para que a informação chegue ao maior número de pessoas possível!

Fontes

https://www.shepherdshillacademy.org/resources/self-harm-cutting-teens/
https://headspace.org.au/young-people/understanding-self-harm-for-young-people/
https://christianschoolforgirls.com/teen-cutting-self-harm/
https://tribecatherapy.com/therapy-teens/therapy-teens-cutting-self-harm/
https://www.newhavenrtc.com/self-harm-help/what-drives-teens-to-harm-themselves/

Depressão na adolescência: não brinque com o perigo!

A depressão na adolescência é algo muito comum de acontecer. Você sabia que a depressão é a causa de muitos suicídios na adolescência? Esta fase da vida já não é muito fácil, imagine então com uma depressão! Por isso, é preciso ficar atento para poder ajudar seu filho caso ele necessite.

Muitas vezes o preconceito leva os pais a ignorar ou a não aceitar que seu filho precisa de ajuda profissional e o resultado pode ser desastroso!

Lembre-se sempre de consultar um profissional da saúde caso tenha dúvida se o seu filho adolescente está ou não com depressão. O transtorno depressivo maior não é algo que deva ser negligenciado.

Leia todo este artigo com atenção para ter uma noção sobre como ajudar um adolescente com depressão. E não esqueça que compartilhar informação sobre este assunto é muito importante, os pais de outros adolescentes podem estar precisando de ajuda!

Identificando a depressão em um adolescente

Serão apresentados abaixo alguns sinais que servem como um alerta. Caso você identifique alguns destes sintomas em um adolescente, converse com um médico ou psicólogo para saber qual será a melhor abordagem.

Ter vontade de isolar-se da família e dos amigos pode ser sinal de depressão na adolescência.

Os principais sinais de depressão na adolescência são:

  • Não gostar mais de coisas que antes o deixavam feliz.
  • Pensamentos frequentes de morte ou suicídio. Neste caso é urgente que se procure ajuda profissional!
  • Um humor triste ou irritável durante a maior parte do dia. Seu filho adolescente pode sentir-se triste ou com raiva; ou também pode parecer mais choroso ou irritado.
  • Sentir muitas dores sem uma causa “real”.
  • Não querer estar com a família ou amigos.
  • Dormir muito pouco à noite ou demais durante o dia.
  • Ter problemas para manter o foco ou para fazer escolhas.
  • Queda das notas na escola.
  • Uma mudança grande no peso ou na alimentação, seja para cima ou para baixo.
  • Não se importar com o futuro.
  • Falta de energia
  • Sentir-se incapaz de realizar tarefas simples.
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa. Baixa auto-estima.

Mas atenção! Qualquer um desses sinais pode ocorrer de forma isolada em adolescentes que não estão deprimidos. Mas quando ocorrem vários deles juntos, quase todos os dias, são bandeiras vermelhas para depressão. Não deixe para depois, busque ajuda profissional o quanto antes!

O que devo fazer se eu achar que meu filho está deprimido?

Esta é a dúvida mais comum entre os pais. Muitas vezes eles decidem esperar para ver se não é uma fase pela qual o adolescente está passando. Ou então, querem resolver por conta própria por puro preconceito ou então medo de talvez precisar de medicação controlada. Muitos acreditam que os remédios causam dependência.

Se for o caso de precisar de algum tipo de medicação, ela será cuidadosamente prescrita pelo médico. Certamente ele indicará o que é melhor para seu filho. Não permita que a desinformação atrapalhe a saúde do seu filho!

Segue uma pequena lista do que você deve fazer se você achar que seu filho tem depressão:

  • Conte ao médico do seu filho. Alguns problemas médicos podem causar depressão. O médico pode recomendar psicoterapia (aconselhamento para ajudar com emoções e comportamento) ou prescrever um remédio para depressão, se for o caso.
  • Converse com seu filho sobre os sentimentos dele e sobre as coisas que acontecem em casa e na escola que podem estar incomodando-o.
  • O médico do seu filho adolescente pode fazer o seu acompanhamento em caso de depressão.

Não esqueça, o suicídio é atualmente uma das principais causas de morte entre os adolescentes. Trate qualquer pensamento de suicídio como uma emergência.

Notas baixas (mas não apenas isso) também podem ser sinal de depressão nos adolescentes.

O que posso fazer para ajudar?

Selecionei algumas dicas que podem fazer a diferença na vida do seu filho adolescente. São formas de tentar evitar a depressão na adolescência. Mas lembre: a depressão nem sempre tem uma causa específica. Além disso, ela pode acontecer com qualquer pessoa.

Incentive hábitos saudáveis

  • Limite o tempo de tela (computador, celular e televisão). Incentive a atividade física e as atividades divertidas com os amigos ou familiares. Desta forma ajudará a desenvolver conexões positivas com outras pessoas em casa e na escola, o que é muito bom.
  • O básico para uma boa saúde mental inclui uma dieta saudável, dormir o suficiente e fazer exercícios físicos.
  • Ter tempo com os pais, elogios por bom comportamento, incentivo para procurar ajuda profissional e apontar pontos fortes constroem o vínculo pais-filho.

Forneça segurança e proteção

  • Reduza o estresse, pois a maioria dos adolescentes tem baixa tolerância a isso. Expectativas diminuídas em casa em relação às tarefas e às realizações escolares podem ajudar.
  • Converse com seu filho sobre o bullying . Ser vítima de bullying é uma das principais causas de problemas de saúde mental.
  • Busque ajuda se ele estiver passando por problemas com perdas ou luto. Procure ajuda se os problemas com o luto não melhorarem. Se você, como pai ou mãe, estiver sofrendo por uma perda, procure ajuda e encontre apoio adicional para seu filho adolescente.
  • Armas, facas, medicamentos (incluindo aqueles que você compra sem receita médica) e álcool devem ser trancados.

Ensine aos outros

  • O que parece preguiça ou irritabilidade pode ser sintoma de depressão.
  • Seu filho adolescente não está inventando os sintomas.
  • Fale sobre qualquer histórico familiar de depressão para aumentar a compreensão.

Pequenas atitudes que podem ajudar muito

  • Converse, ouça-o com amor e dê apoio. Incentive o adolescente a compartilhar seu sentimento, incluindo pensamentos de morte ou suicídio. Tranquilize-o contando que isso é muito comum com a depressão.
  • Ajude-o a relaxar com atividades físicas e criativas. Concentre-se nos pontos fortes dele.
  • Divida os problemas ou as tarefas em etapas menores para que seu filho seja bem-sucedido.
  • Ajude-o a encarar os problemas de uma maneira diferente e mais positiva.

Faça um plano de segurança

  • O tratamento funciona, mas pode demorar algumas semanas para começar a surtir efeito. O adolescente deprimido pode não perceber as alterações no humor imediatamente. Somado a isso, os efeitos colaterais iniciais do tratamento (como ocorre com os antidepressivos) pode desencorajá-lo.
  • Observe os fatores de risco para o suicídio. Estes incluem falar sobre suicídio pessoalmente ou na internet, dar pertences, ter um aumento dos pensamentos sobre a morte e abusar de substâncias.
  • Siga o plano de tratamento. Certifique-se de que seu filho adolescente vá à terapia e que tome o remédio conforme foi prescrito pelo médico.
  • Faça uma lista de pessoas para quem você pode ligar quando os sentimentos dele piorarem.
  • Tenha em mãos os números de telefone do médico e do terapeuta do seu filho adolescente, além do serviço local para crises de saúde mental.

Conclusão

Ao começar a perceber algumas alterações de comportamento citadas neste artigo, já procure um profissional da saúde. Não espere para ver se passa, se melhora. A depressão pode ser uma doença traiçoeira, não facilite para ela!

Gostou do artigo? Não esqueça de compartilhar e ajudar outras pessoas que também precisam de informação!

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